Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cientistas pedem ação contra escassez de água e energia


Cientistas pedem ação contra escassez de água e energia



Cientistas de 15 países fizeram na quinta-feira um apelo por uma melhor resposta política a problemas como o fornecimento de água e energia para um planeta que deve chegar a 9 bilhões de habitantes dentro de 30 anos.
A declaração conjunta de algumas das principais academias científicas do mundo foi emitida na véspera de uma cúpula do G8 nos Estados Unidos, e é parte de um esforço anual que busca chamar a atenção dos líderes mundiais para questões que a comunidade científica considera cruciais.
Pela primeira vez, os signatários argumentam que a iminente escassez de água e energia deve ser tratada como um só assunto. "Grandes pressões sobre a disponibilidade de energia e água já estão sendo sentidas em muitos países e regiões, e mais são previsíveis", disse a declaração.
A matriz energética mundial é formada basicamente por combustíveis fósseis, energia nuclear e energia hidrelétrica, e todas elas precisam de muita água para resfriamento ou para alimentar turbinas. Analogamente, o bombeamento, purificação e dessalinização da água exigem grandes quantidades de energia.
"Sem considerar água e energia juntos, ineficiências vão ocorrer, aumentando a escassez de ambos", alerta o texto, que propõe a integração de políticas para as duas coisas e enfatiza a necessidade de conservação, eficiência e cooperação transnacionais. Outro alerta do texto é por maior preparação contra desastres decorrentes de tsunamis, terremotos e diques que sejam incapazes de conter o aumento do nível do mar.
"Desastres com absoluta certeza ocorrerão", disse à Reuters Michael Clegg, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, acrescentando que o aumento da população global, atualmente em 7 bilhões, vai se concentrar em áreas costeiras, que são mais vulneráveis, e que isso torna "mais importante que projetemos para a resistência".
Os cientistas disseram que os prejuízos globais por desastres naturais superaram os US$ 200 bilhões nos anos de 2005, 2008 e 2011, mas que a perda de vidas em geral é bem mais baixa nos países desenvolvidos. Os governos deveriam focar em esforços para melhorar os sistemas públicos de saúde, fortalecer os códigos urbanísticos e aproveitar a tecnologia da informação para permitir mais rapidez nos alertas e na reação.
Outra recomendação é que os governos estabeleçam uma mensuração mais precisa das emissões de gases do efeito estufa e das florestas capazes de absorver parte das emissões. A declaração é assinada por integrantes de academias científicas dos Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Marrocos e África do Sul.

Pesquisa: derretimento do Ártico libera metano preso há milênios


Pesquisa: derretimento do Ártico libera metano preso há milênios


Gás metano que estava preso há milênios no interior do Ártico está sendo expelido para a atmosfera por causa do derretimento do gelo polar, segundo cientistas americanos. Em estudo publicado pela revista especializadaNature Geoscience, pesquisadores da Universidade do Alasca em Fairbanks (UAF) disseram ter identificado milhares de áreas onde isso tem ocorrido.
Isso pode ter um impacto significativo nas mudanças climáticas globais, dizem. O metano é segundo maior causador do efeito estufa, após o CO2, e seus níveis estão aumentando depois de alguns anos de estabilidade.
Moléculas 
As origens do gás são difíceis de serem medidas, já que suas fontes são variadas - por exemplo, decomposição do lixo e criação de gado. Mas os pesquisadores do projeto no Ártico, liderados por Katey Walter Anthony, identificaram que o gás na região estava retido há muito tempo pela quantidade de diferentes isótopos de carbono nas moléculas de metano.

A partir de pesquisas aéreas e de campo, a equipe identificou 150 mil pontos de metano no Alasca e na Groenlândia, em lagos margeados por gelo. Amostras locais mostram que alguns desses pontos estão liberando metano antigo, possivelmente proveniente de depósitos naturais de gás ou de carvão sob os lagos. Outras áreas estão expelindo gás mais recente, possivelmente formado a partir da decomposição de vegetais nos lagos.
Segundo o estudo, esse fenômeno pode acontecer em outras regiões, onde bacias sedimentares estão cobertas por um subsolo congelado (chamado de permafrost), por geleiras ou coberturas de gelo ricas em gás natural. Uma das áreas onde isso pode ocorrer é o oeste da Sibéria.
Se o derretimento ocorrer substancialmente até 2100, "o resultado será um grande aumento no ciclo de metano, com potenciais implicações para o aquecimento global".
Aquecimento mais rápido 
A quantificação da liberação de metano no Ártico é uma área de pesquisa florescente, já que diversos países estão enviando missões para monitorar as terras e os mares da região. "O Ártico é a região do planeta que mais rapidamente se aquece e tem muitas fontes de metano que podem elevar sua emissão à medida que a temperatura subir", afirmou Euan Nisbet, professor e pesquisador do metano no Ártico para a Universidade de Londres.

"E essa é mais uma preocupação séria: o aquecimento provoca ainda mais aquecimento". A seriedade e a urgência da ameaça da situação identificada no Ártico são motivos de controvérsia: alguns cientistas dizem acreditar que os impactos disso não serão percebidos por muitas décadas, enquanto outros alertam para a possibilidade de uma aceleração rápida do processo de aquecimento global.

Butantan testa proteína que regenera tecidos do corpo humano


Butantan testa proteína que regenera tecidos do corpo humano


O Instituto Butantan, responsável por mais de 80% de soros e vacinas para uso profilático e curativo produzidos no Brasil, desenvolve estudo inédito de regeneração de tecido humano a partir de uma proteína encontrada em lagartas. A pesquisa, desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Laboratório de Bioquímica e Biofísica da instituição, pode ser uma esperança para o tratamento de diversas doenças degenerativas, para diabéticos, vítimas de queimaduras e asmáticos.
Durante seis anos, os pesquisadores estudaram a ação da proteína Lopap, encontrada nas cerdas da lagarta Lonomia. Essa substância contém um poderoso elemento com propriedade cicatrizante, que estimula a liberação de moléculas responsáveis pela regeneração de alguns tecidos do corpo humano.
Durante esse período, a plataforma foi aplicada em animais portadores de asma e úlceras diabéticas para verificar como era a reação quanto à regeneração de tecidos. Os primeiros resultados mostraram a eficiência do medicamento na cicatrização do local afetado, além da superioridade, se comparado a medicamentos já existentes.
"Ficamos extremamente felizes com os primeiros resultados desse estudo. A ideia da pesquisa é dar esperança a pacientes que precisam desse tipo de tratamento", explica Ana Marisa Chudzinsk-Tavassi, diretora do laboratório.
O próximo passo da pesquisa vai ser testar a eficiência do medicamento em seres humanos.